Dia da família

Escolas começam a rever celebrações tradicionais em prol de diferentes estruturas familiares

 

A maioria das escolas brasileiras, da rede pública ou privada, costuma comemorar o Dia das Mães e o Dia dos Pais. Durante muitos anos essa rotina seguiu sem grandes problemas ou preocupações. No entanto, de uns tempos para cá, profissionais da educação sentiram a necessidade de repensar a prática em cima dessas comemorações.

Atualmente, algumas escolas passaram a adotar o Dia da Família. Essa ainda é uma prática recente, mas aos poucos vem conquistando muitos adeptos. Os objetivos continuam sendo os mesmos. Essa comemoração visa, entre outras coisas, aproximar os membros da família e a escola, valorizar a família em si, independente da estrutura que possui. Refletir sobre a aproximação e o afeto entre as crianças e seus familiares, proporcionar a troca de experiências e, sem dúvida, proporcionar um enorme bem-estar nos envolvidos, principalmente nas crianças. Especialistas consideram essa prática mais inclusiva, já que os membros da família mais próximos das crianças podem participar sem nenhum constrangimento ou cobranças.

A configuração familiar mudou consideravelmente ao longo dos anos. A família nuclear, formada por pai, mãe e filhos e que era o modelo, o exemplo a ser seguido pela nossa sociedade, já não impera sozinho. Hoje em dia existem crianças que também vivem em famílias homoafetivas, que vivem com os avós, que vivem apenas com a mãe ou apenas com o pai, entre outras configurações familiares. A escola por ser um espaço democrático, precisa rever seus conceitos e acompanhar as mudanças que ocorrem em nossa sociedade.

É verdade, que alguns pais e mães ainda se incomodam com essa mudança e questionam o fato de não ter mais um dia exclusivo para celebrar a sua figura. Nesse caso, a escola precisa se posicionar politicamente e agir como formadora de indivíduos, assumindo, perante essas famílias, seu papel social. Mostrando que um dos seus objetivos é respeitar o aluno como ser único e que a estrutura familiar na qual está inserido não pode ser o motivo de exclusão.