Coruja Educação

Aprendizado de idiomas

Quanto mais cedo aprender uma segunda língua melhor 

Nunca é tarde para aprender um novo idioma, mas quanto antes começar melhor. E este começo pode ser bem cedo mesmo, por volta dos 2 e 3 anos de idade. Nesta fase, a capacidade de percepção e reprodução dos sons ajuda bastante na assimilação de uma nova língua.

– Crianças com idade entre 3 e 5 anos estão desenvolvendo a oralidade e a fonética das palavras e, por essa razão, a chance de expressar a nova língua mais próxima à nativa é muito maior. Contudo, é relevante ressaltar que tais benefícios só serão alcançados caso a língua seja ensinada de modo adequado – explica Cristiane Vieira Cardaretti, mestre em Literaturas de Língua Inglesa e professora-fundadora do curso English Creative Factory.

Infelizmente, no Brasil, não há um ensino público que garanta o aprendizado completo de uma segunda língua. O inglês e o espanhol estão presentes nas grades curriculares, mas com limitações.

– De um modo geral, a proposta de ensino de idioma estrangeiro nas escolas brasileiras não tem como objetivo desenvolver as quatro habilidades envolvidas no conceito de proficiência (em língua estrangeira): leitura e compreensão auditiva, de um lado, e expressão oral e escrita, do outro. O principal objetivo nas escolas é o ensino de língua instrumental, ou seja, a capacitação do aluno para ler textos e responder a perguntas de interpretação com vistas a exames de seleção como o Enem e vestibulares diversos – avalia Cristiane.

Ela ressalta que aprender um novo idioma na primeira infância traz outras vantagens além da apropriação da língua estrangeira.

– Quando o assunto é aprendizado de outro idioma na infância, um dos benefícios mais mencionados é a facilidade de assimilação das crianças. Contudo, as benesses vão muito além dessa facilidade em aprender. A exposição a um segundo idioma ajuda a despertar a musicalidade, a articulação dos sons, a sociabilidade, a eloquência. Ou seja, praticar um segundo idioma na infância ajuda não só a estimular o cérebro, bem como a desenvolver o raciocínio e a capacidade de concentração, oferecendo mais abertura e disposição para o desenvolvimento de outras habilidades e talentos – afirma.

No Brasas, curso com mais de cinco décadas no ensino de inglês, as turmas iniciais focam na oralidade, fazendo com que as crianças se acostumem com o idioma e se apropriem melhor do vocabulário.

– Trabalhamos com crianças a partir do 1º ano do Ensino Fundamental, ainda pré-alfabetizadas. O curso não usa a escrita nessa fase. A partir do 3º ano do Fundamental, com as crianças já alfabetizadas, trabalhamos a escrita também. As turmas são formadas por ano escolar e dentro dessa seleção, também por conhecimento – diz John McCarthy, diretor acadêmico do Brasas.

Segundo ele, a principal vantagem de começar a aprender até os 5 anos é a facilidade de assimilação dos sons:

– A partir dos 3 anos, as crianças vão perdendo sensibilidade e capacidade de reconhecer e reproduzir novos sons, mas a perda é gradual até a puberdade. Então, aos 10 anos, perto da puberdade, a criança terá que trabalhar mais para assimilar a nova língua que uma criança de 5. E nessa idade (10 anos), já está enraizada uma certa autocensura. Mas com um bom trabalho, uma criança que comece aos 10 anos ainda terá um ótimo resultado, com pronúncia e entonação próximas às de um nativo.

O aprendizado, no entanto, só será eficaz se for algo agradável para a criança.

– Aconselhamos que os pais não cobrem nada dos seus filhos. Isso pode criar uma ansiedade que atrapalhe a aprendizagem. No máximo, os pais podem expor os filhos ao inglês, através de desenhos animados e jogos em inglês, por exemplo, mas sempre focando o aspecto lúdico, sem cobrança – orienta McCarthy.

É sempre bom lembrar que mais importante do que aprender uma segunda língua é a criança ter direito a ser criança.

– A fase ideal para o aprendizado de um novo idioma é na primeira infância, compreendida entre 2 e 5 anos de idade. Todavia, é importante observar o interesse e o desenvolvimento da criança. A motivação é importante, mas a pressão é desnecessária – diz Cristiane.

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