Consumir chocolate amargo na gravidez pode reduzir risco de pré-eclâmpsia
Chocolate é um dos doces de maior sucesso, mas é a versão mais amarga do alimento que traz verdadeiro benefício para a saúde, inclusive durante a gestação. O Quem Coruja aproveita o Dia Mundial do Chocolate (7 de julho) para saber um pouco mais sobre como o chocolate deve ser consumido na gravidez, por que deve ser evitado durante a amamentação e quando pode entrar na dieta das crianças.
A boa notícia é que, se os enjoos permitirem, gestantes podem se beneficiar com o consumo de chocolate já a partir dos primeiros meses. Desde que o chocolate seja rico em cacau e, claro, em quantidade moderada.
– O chocolate mais amargo, mais rico em cacau, é rico em polifenóis, compostos bioativos e trazem benefício à saúde. Um estudo mostrou que uma substância química chamada teobromina, encontrada no cacau, pode reduzir risco de pré-eclâmpsia, uma complicação muito importante que pode ocorrer na gravidez. A pré-eclâmpsia é caracterizada, principalmente, pelo aumento da pressão arterial. Comer chocolate rico em cacau em quantidade moderada pode ajudar a reduzir este risco em até 69%. Também foi observado que consumir chocolate rico em cacau, aqueles acima de 70%, também traz benefício neste começo de gestação para a placentação. Estudo realizado com mulheres gestantes que consumiam um tablete de chocolate rico em cacau observou melhor placentação. E isso é muito importante para prevenir complicações ao longo da gestação, pois é nessa placentação que se tem melhor troca entre mãe e feto – explica a nutricionista Natalia Barros, especialista em saúde feminina.
Chocolate na amamentação pode causar cólica no bebê
Apesar do grande benefício que o chocolate amargo (acima de 70% cacau) pode trazer à gravidez, o alimento deve ser evitado durante a amamentação.
– O chocolate rico em cacau pode propiciar o aumento de cólicas no bebê pelo conteúdo de cafeína presente. Não é que seja proibido, mas é recomendado limitar o consumo, sempre considerando outras fontes de cafeína na alimentação. Cafés, chás, tudo isso deve ser consumido com bastante moderação – orienta Natalia.
A mesma moderação deve ser considerada na hora de oferecer chocolate às crianças.
– Qualquer tipo de alimento que contenha açúcar, a recomendação é que se inicie esta oferta, muito moderada, a partir dos 2 anos de idade. Antes disso, não é recomendado o consumo de qualquer tipo de açúcar. A partir dos 2 anos de idade é possível, sim, incluir uma quantidade pequena de chocolate, numa rotina saudável. De preferência, os chocolates mais amargos, que vão ter os benefícios dos compostos fitoquímicos e bioativos, presentes no cacau. É importante consumir o chocolate com menos açúcar e mais rico em cacau – destaca a nutricionista.
É fácil pensar em chocolate quando o assunto é doce, mas é importante lembrar também que doces muito açucarados não fazem bem à saúde.
– No Brasil, nossas sobremesas são muito ricas em açúcar e tudo isso é uma questão de cultura, de paladar. É importante que acostumemos as crianças a consumir menos açúcar. Sabemos que o consumo excessivo de açúcar não é benéfico e traz relação com doenças crônicas, obesidade – diz Natalia.
Sobre consumo de doce, leia também Menos açúcar na dieta das crianças.
Saiba mais sobre prós e contras do chocolate com as explicações da nutricionista Natalia Barros.
Chocolate branco – possui mais açúcar e gordura na sua composição, pois não tem a massa de cacau nos ingredientes. Não é um alimento recomendado, pensando nos benefícios do chocolate.
Chocolate ao leite – tem concentração maior de açúcar e menos massa de cacau na sua composição. Não tem tantos nutrientes quanto o chocolate amargo. Além disso, os benefícios são ainda mais diminuídos pela quantidade de açúcar, pois o açúcar acaba diminuindo os benefícios antioxidantes.
Chocolate amargo – é o que tem mais massa de cacau e manteiga de cacau e menos açúcar. Pensando numa alimentação para gestantes e crianças, sempre priorizar o chocolate amargo.
Foto em destaque: Imagem de K Wol por Pixabay
