A amamentação ajuda a reduzir o risco da doença
Se o câncer de mama traz medo e sofrimento, a campanha Outubro Rosa traz estímulo para combater este mal que aflige tantas mulheres. A conscientização sobre a doença é o carro-chefe do movimento mundial e também norteia a campanha “Mais Acesso Para Celebrar a Vida”, lançada pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). O objetivo é esclarecer a sociedade e, principalmente, promover o acesso a diagnóstico e tratamentos adequados. E como parte dessa grande mobilização em prol da saúde, o Quem Coruja buscou saber um pouco mais sobre como o câncer de mama pode afetar gestantes, que tratamentos podem ser feitos durante a gravidez e como a amamentação pode contribuir na prevenção da doença. Nossas perguntas foram respondidas pelo mastologista Anastasio Berrettini, membro da SBM. Confira.
Quem Coruja – Se o câncer de mama é diagnosticado e tratado antes de a mulher engravidar, ela pode amamentar
Anastasio Berrettini – Caso ela tenha feito a mastectomia de uma mama, poderá amamentar com a outra normalmente. Se ela foi submetida a uma cirurgia conservadora (preservação da mama) seguida de radioterapia, ela terá dificuldades em amamentar nesta mama.
Quem Coruja – É comum descobrir o câncer de mama durante a gestação? Nesse caso, quais são os tratamentos adequados?
Anastasio Berrettini – A taxa de fecundidade na nossa população tem aumentado acima dos 40 anos. Com isso, aumentam as chances de associação (gravidez-câncer de mama). O câncer que surge nesta fase não é pior. A questão é que o diagnóstico é mais demorado devido às condições da mama na gravidez. Com relação ao tratamento, a paciente não poderá receber a quimioterapia durante o primeiro trimestre (primeiras 12 semanas) e também não poderá receber radioterapia durante toda a gestação.
Quem Coruja – Amamentar reduz o risco de câncer de mama?
Anastasio Berrettini – Sim. Cada ano de amamentação diminui em 3% a 5% a chance de desenvolver câncer de mama. E esta proteção é cumulativa, quanto maior o número de filhos.
Quem Coruja – Como está sendo realizada a campanha “Mais acesso para celebrar a vida”?
Anastasio Berrettini – O conceito da campanha é mostrar a vida, ou seja, se as mulheres tiverem mais acesso ao diagnóstico e tratamento, poderão continuar a curtir as situações cotidianas da vida com alegria. A Sociedade Brasileira de Mastologia está estimulando a população através das redes sociais, imprensa para propagar a informação, assim aumentando o acesso.