Como o câncer de mama pode afetar a gravidez e amamentação
Estamos em outubro, mês rosa, mês de conscientização do câncer de mama. Será que o diagnóstico de câncer de mama compromete uma futura gravidez ou impede a amamentação? O mais importante de tudo é ter um diagnóstico precoce e tratamento adequado. Uma vez curada, a mulher pode, sim, engravidar e, dependendo do caso, amamentar.
– Dúvidas existem com relação ao tempo em que deve se esperar para engravidar, sendo que a maioria dos consensos orientam aguardar dois anos para engravidar. Com relação à amamentação, existirá dificuldade em mulheres que realizaram cirurgia conservadora de mama, seguida de radioterapia. Estes procedimentos dificultam a produção e saída de leite. Porém. na outra mama, pode ocorrer a amamentação – diz o mastologista Anastásio Berrettini, da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).
Amamentação reduz os riscos de câncer de mama
A amamentação, aliás, é uma aliada no combate ao câncer de mama.
– A cada ano completo de amamentação, a mulher tem uma diminuição do seu risco de desenvolver câncer em cerca de 3 a 5%. Mesmo em mulheres que foram diagnosticadas com câncer, aquelas que amamentaram apresentam uma chance de desenvolver subtipos menos agressivos de câncer – explica o médico.
Já se o diagnóstico de câncer de mama acontecer durante a gestação, é preciso acompanhamento especial, com tratamento diferenciado.
– Existem algumas nuances que diferem o tratamento de pacientes grávidas: quando houver indicação de iniciar com quimioterapia ou então realizar a quimioterapia após a cirurgia, ela deve ser feita após as 12 semanas de gestação. Outro ponto é que não se pode realizar radioterapia em mulheres grávidas. E por último, quando a paciente tem indicação de realizar tratamento hormonal (tamoxifeno ou inibidores de aromatase), ele deve iniciar após o parto – diz Berrettini.
Grávidas ou não, pensando em engravidar ou não, toda mulher precisa se preocupar com a saúde das mamas. O diagnóstico precoce aumenta muito as chances de cura. Neste Outubro Rosa, a Sociedade Brasileira de Mastologia lança a campanha “+ Acesso + Respeito”, chamando a atenção para a importância de todas as mulheres terem condições de realizarem exames de mamografia. Na rede pública, a cobertura é de 24,1%, em mulheres de 50 a 69 anos (dados de 2017), bem abaixo dos 70% recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Dificuldades para agendar consultas e exames e a demora para iniciar o tratamento acabam diminuindo as chances de cura.
Além do acesso a exames e tratamentos, mulheres devem adotar hábitos saudáveis como prevenção. Apensa 10% do câncer de mama são de causas hereditárias, e pesquisas mostram que sedentarismo, cigarro e bebida alcoólica são aumentam o risco da doença.
Confira dicas da Sociedade Brasileira de Mastologia para uma rotina saudável contra o câncer de mama:
– Alimente-se bem e não fique muito tempo sem comer, ou seja, prefira comer de três em três horas, em pequenas quantidades, sempre priorizando os alimentos naturais e evitando os alimentos industrializados.
– Evite o excesso de gorduras e carboidratos simples, como açúcar adicionado aos alimentos, doces, sucos de caixinha ou saquinho, refrigerantes, pão branco, macarrão, sempre preferindo as opções integrais.
– Procure ingerir proteínas de boa qualidade, principalmente frutas, legumes e verduras por serem fontes de vitaminas e minerais essenciais e ricas em fibras que ajudam na saciedade e no funcionamento adequado do intestino.
– Faça exercícios físicos durante a semana. O ideal são 150 minutos de exercícios físicos moderados divididos entre os cinco dias ou 75 minutos de exercícios vigorosos divididos entre os cinco dias.
– Planeje o seu dia alimentar e tente segui-lo.
Imagem em destaque: de Daniel de Almeida Freire danielcaico por Pixabay