Ganho de peso em excesso na gestação pode trazer riscos para mamãe e bebê
Para muitas mulheres, não é só a barriga que aumenta de tamanho durante a gravidez. O ganho de peso é bastante comum. O problema é quando acontece de forma exagerada. Manter o equilíbrio pode evitar muitos problemas à mamãe e ao bebê. O peso ideal vai variar de mulher para mulher, mas o recomendável é ganhar de 7kg a 12kg durante os nove meses de gestação.
– Esses limites são apresentados de forma genérica e ampla, sendo modificados na atenção individualizada. Na primeira consulta, são calculados o ganho de peso semanal e total recomendados, as necessidades nutricionais conforme a idade materna e atividade física, o gasto energético e o adicional energético gestacional. Muitos fatores são considerados na avaliação do estado nutricional: índice de massa corpórea (IMC) inicial, ajustado de acordo com a idade da mãe, idade gestacional, hábitos alimentares, doenças pré-existentes, etc. Por isso, é muito importante o acompanhamento pré-natal e estabelecimento de dietas e metas pelo nutricionista, ajustadas a cada paciente – explica Jair Braga, coordenador do serviço de obstetrícia do Caxias D’Or.
Sentir mais fome durante a gravidez pode ser um complicador para uma dieta balanceada, mas não é justificativa para comer tudo o que se quer.
– Após o primeiro trimestre, depois que os enjoos passarem, o normal é sentir mais fome. Para controle dessa fome, o ideal é que se coma pequenas porções a cada três horas, pelo menos, pensando sempre na alimentação balanceada e saudável. Assim a fome está sempre saciada e não haverá ganho excessivo de peso – orienta o médico.
Segundo Jair Braga, o excesso de peso é a sobra de energia. Então, é preciso estar atento ao que se ingere.
– Sempre deve haver uma dieta e o raciocínio não é muito diferente de qualquer pessoa não-grávida, exceto pelo adicional energético gestacional. Para regular o ganho de peso deve haver comprometimento individual sempre. O ganho de peso excessivo é sempre resultado balanço energético positivo, ou seja, sobra energia. O que é consequência de ingesta exagerada de calorias e/ou gasto reduzido de energia.
O cuidado começa pela orientação de um nutricionista, pois não é recomendável tratamento medicamentoso e nem existe “fórmula milagrosa”, afirma Jair Braga, que cita os principais riscos do ganho de peso acima da média:
– A obesidade na gestação acarreta diversas complicações maternas, fetais e neonatais. Pacientes obesas estão sujeitas a diabetes, hipertensão arterial, eclâmpsia, parto prematuro, hemorragia pós-parto, infecção urinária, trombose venosa, alterações da respiração durante o sono, além da maior frequência de cesarianas e mortalidade materna. As complicações fetais e neonatais incluem bebês grandes demais e frágeis ao nascimento, prematuridade, morte perinatal, defeitos congênitos, natimortos e aumento da admissão em unidade de tratamento intensivo (UTI). Apesar de avanços nos equipamentos, a avaliação ultrassonográfica também é limitada em gestantes obesas, dificultando o rastreamento das anomalias fetais.
E dar à luz um bebezão não é sinônimo de saúde. Saiba que também existe uma média de peso ideal para recém-nascidos.
– Para gestação a termo (no tempo normal), bebês menores que 2,5Kg são considerados de baixo peso, e os maiores de 4Kg são considerados macrossômicos. Nesses extremos existem complicação para ambos.