Tiago Vilariño, de 5 anos, estreia como autor de “O menino que descobriu as cores”, ao lado da mãe, Tais Faccioli
Abraçar a ideia do filho, acompanhar de perto o trabalho dele e ajudá-lo a transformar um sonho em realidade. A jornalista Tais Faccioli teve esse gostinho como coautora de “O Menino que descobriu as cores” (Coli Books), idealizado pelo filho, Tiago Vilariño, de apenas 5 anos. Ele criou a história e pediu à mãe que o ajudasse na construção do livro.
– Eu achei que ele teve uma ideia inusitada, de me pedir pra gravar sua história para que eu fizesse um livro, mas logo percebi que foi consequência do ambiente em que ele vive, observando meu trabalho ligado à literatura. Ele sempre foi uma criança muito criativa e quando percebi esse talento, eu passei a estimular. Ele já gravou várias outras histórias e eu sempre falo: e aí filho, alguma ideia nova? Uma vez ele me disse: não é assim não, mãe. Eu preciso de inspiração (risos). E tem vezes que ele mesmo vem e me pede para gravar. Semana passada, eu estava indo para uma feira de ciências na escola da minha filha mais velha e ele teve a inspiração na rua, no meio do caminho. Eu peguei o celular e fomos pela rua criando juntos uma nova história – conta Tais.
Com uma educação que sempre valorizou a literatura, Tiago desenvolveu uma relação afetiva com livros.
– Desde pequeno, ele sempre se interessou por livros. Gosta de me ouvir contar as histórias dos livros que vêm da escola e os que temos em casa. É interessante também que ele sempre gostou dos livros que eu levo para casa para revisar, da escritora Isa Colli. E agora está começando a se interessar por gibis da Turma da Mônica. Mas eu leio as histórias, já que ele está aprendendo a ler ainda – diz a jornalista.
Um autor tão novo, sem experiência com redação, precisava mesmo de uma parceria para que o livro ganhasse forma. Tais procurou ser fiel à história criada pelo filho, mas admite que teve que desenvolver um pouco mais a parte escrita.
– O Tiago até reclamou que eu aumentei a história que ele criou. A história dele estava muito bem contada, com princípio, meio e fim, mas pequena. Então eu incluí o personagem da avó para que o protagonista pudesse ter um diálogo toda vez que descobrisse uma cor nova – explica.
E o resultado não poderia ser melhor. O livro já está sendo usado em atividades paradidáticas por algumas escolas municipais do Rio de Janeiro, e teve evento de lançamento na Bienal do Livro, no Rio.
– Participar da Bienal foi fantástico. Eu sempre fui à Bienal do Livro e em outras feiras literárias como leitora. Participar como autora foi maravilhoso. Receber o carinho do público é a melhor recompensa que um escritor pode vivenciar – avalia Tais, muito feliz com a experiência de escrever um livro com o filho. – Estou muito orgulhosa e feliz por estar vivendo esse momento. Ver nossa parceria extrapolando as relações familiares é bom demais. Somos mãe e filho; autor e autora. É uma experiência interessante. E o que mais me emociona é perceber que o meu filho está motivando e inspirando outras crianças. Temos ido a escolas públicas fazer contação de história e oficina de pintura e percebo os olhinhos delas brilhando, vendo meu filho como um exemplo a ser seguido. Isso é bom demais.