Gravidez

Mudança de eixo na gravidez

Fisioterapeuta destaca alterações comuns no equilíbrio de gestantes

A gravidez é momento lindo, mas também de bastante desconforto para várias mulheres devido às mudanças no corpo. Ganho de peso, manchas, estrias, enjoos estão entre as mais comuns, mas há também a mudança no eixo de gravidade, que passa despercebido por muitas grávidas, mas, em alguns casos, pode ocasionar dores fortes e até quedas.

– A mudança no eixo aparece quando a coluna sofre alguma alteração nas suas formas ou curvaturas. Isso ocorre mais aceleradamente no último trimestre, mas, dependendo do crescimento uterino e das mamas, algumas mulheres podem sentir essas alterações à partir do terceiro mês de gestação. A mudança no eixo aparece quando a coluna sofre alguma alteração nas suas formas ou curvaturas. Isso ocorre mais aceleradamente no último trimestre, mas, dependendo do crescimento uterino e das mamas, algumas mulheres podem sentir essas alterações à partir do terceiro mês de gestação – explica o fisioterapeuta Helder Montenegro (foto em destaque), presidente da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna (ABRC) e do Instituto de Tratamento da Coluna Vertebral (ITC).

O problema é causado devido às alterações do corpo durante a gestação, como aumento do volume do útero, liberação de hormônios, e o peso das mamas no tórax. Já reparou que quase todas as grávidas andam igual, projetando o abdômen para frente e com as pernas mais abertas? É a mudança necessária para manter o equilíbrio, afetado pela nova situação do organismo. Segundo Helder Montenegro, às vezes o equilíbrio fica comprometido até mesmo depois de o bebê nascer.

– É natural que o corpo demore um tempo para voltar ao que era, porque acostumou durante nove meses com as alterações. Algumas mulheres não conseguem associar a perda do eixo com a gravidez e por isso, passa despercebido. Algumas dores, cansaço e até dificuldade em realizar alguns movimentos corriqueiros são alguns dos sintomas pós-gravidez – explica.

A dona de casa Renata Bueno, de 42 anos, desconfiou de que havia algo errado por conta das quedas frequentes, mas não sabia do que se tratava.

– Depois que o meu primeiro filho nasceu, comecei a levar tombos frequentes. Foram diversos tombos até que em  um deles quebrei o pé. Conversando com uma amiga sobre o assunto, ela também tinha passado por isso e disse que eu poderia estar fora do eixo por conta da gravidez. Foi quando procurei ajuda de uma fisioterapeuta e relatei o caso. Fiz algumas sessões de fisioterapia, onde alguns pontos do corpo foram tocados até que aos poucos fui percebendo que o meu corpo estava se normalizando. Ou seja, não estava caindo mais à toa – conta.

Helder Montenegro recomenda procurar um especialista assim que os primeiros sintomas aparecerem. Ele também destaca a importância de atividades físicas, desde que com acompanhamento, durante a gravidez.

– Assim, lesões são prevenidas e as alterações morfológicas acompanhadas com cuidado. Continuar com uma atividade física é muito importante, pois prepara a musculatura responsável pela sustentação da coluna, trabalha as funções cardiorrespiratórios, mantendo um condicionamento físico, e mantém a flexibilidade muscular, preparando o corpo para o parto. Além disso, com a prática regular de exercícios, o retorno das estruturas musculares e articulares no pós parto é mais eficiente e rápido, havendo menor chance de flacidez e dor – avalia.

E, é claro, alguns cuidados para prevenir maiores danos são sempre importantes. O uso de calçados, por  exemplo, deve merecer atenção especial das gestantes.

– Sapatos inadequados podem piorar, por facilitar as alterações morfológicas da coluna. À medida que ocorre o crescimento da barriga, o centro de gravidade da mulher é deslocado, alterando seu equilíbrio. Dessa forma, recomenda-se dar preferência aos sapatos confortáveis, de salto baixo e base larga. Além de não prejudicarem a coluna, são confortáveis para os pés, que tendem a inchar ao longo do dia e evitam possíveis quedas.

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