Família

O que mudou depois do meu bebê…

A pedagoga Gabriela Lopes conta as transformações em sua vida desde a chegada de Antonio      

Gabriela e Antonio, de 3 meses. Foto: Álbum de família
Gabriela e Antonio, de 3 meses. Foto: Álbum de família

Ao serem perguntadas sobre o que mudou depois que engravidaram e tiveram um filho, a mulherada (e os homens também) respondem um uníssono ‘TUDO’. Mesmo assim, o Quem Coruja pediu para que algumas mães (e pais, claro) tentassem descrever um pouco essas transformações de vida com a chegada de um novo membro à família. Para começar,  uma mamãe recente. A pedagoga Gabriela Lopes, gaúcha que mora na Cidade do Québec, no Canadá, avalia o que aconteceu do momento que se soube grávida até os primeiros dois meses com Antonio nos braços.

“O teste deu positivo. Bang!

Um outro coração bate dentro do meu corpo. Bang!

Não sou mais apenas eu…tenho um outro dentro de mim… Bang!

E a partir daí, tudo muda. Prioridades, preocupações, teu dia-a-dia…
Me lembro a primeira vez que me dei conta que tudo mudou. Nesse dia, comecei a dirigir sempre na velocidade correta dentro da cidade. Me vi desacelerando, sem mesmo perceber, na frente de hospitais, escolas, esquinas…. Comecei a esperar, com paciência, pessoas que queriam atravessar a rua, passei a dar entrada para os carros em engarrafamentos – coisa que, admito, quase nunca fazia.

E a partir daí, as mudanças não pararam mais. Os meses foram passando e achei que já estava acostumada. Até que BANG! BANG! BANG!
Meu lindo bebê estava nos meu braços e eu virei mãe e LEOA! Acho que a gente vira meio bicho, sabia? Alguém precisa de ti, alguém depende de ti!

E aí sim a brincadeira começa a ter graça!
Comecei a perceber que o dirigir “dentro das leis” era o de menos. O que falar quando me vejo cuidando o filho dos outros na rua? “Meu Deus, ele vai cair”, ou “Será que essa mãe não viu o nariz escorrendo?”, e ainda “Certo que esse menino ta com frio”. Virei meio heroína do mundo! Tudo posso e tudo sei, afinal, sou mãe!

Fiquei mais solidária – e eu já me considerava super engajada em projetos sociais. Agora, quando vejo alguém arrecadando dinheiro por causas antes jamais pensadas, me coloco no lugar. Penso: “e se fosse com o meu bebê?”

No supermercado, na rua, no parque, paro para conversar com desconhecidos. E o tempo para! Não tenho pressa. Não tenho problema em falar, pela milésima vez no dia, que meu filho tem apenas 2 meses e pouquinho, que ele é grande, cheio de saúde e lindo como o pai. E isso tudo com um sorriso no rosto e completamente orgulhosa!

Antes, passear em um shopping e não comprar nada para mim, era quase inimaginável. Hoje é quase impossível não entrar nas inúmeras lojas com roupinhas fofas e cheias de charme para o meu pequeno. As minhas lojas favoritas ficaram esquecidas em alguma parte de mim, junto com as maquiagens, perfumes, colares e pulseiras.

Hoje, meus armários são cheios de alimentos coloridos e de frutas. Minha casa tem brinquedos espalhados e uma cadeira de balanço no meio do quarto. Durmo todas as noites com luz de emergência acessa e não sei mais o que é dormir uma noite inteira. Minha rotina é não ter rotina. Minha casa é bagunçada, minha roupa aguarda com paciência para ser lavada. E quer saber? Nem ligo!

O meu dia a dia é decifrar chorinhos, fazer aparecer risadinhas, amamentar e dar amor! O resto? Deixo na memória de uma vida passada que, não fazia ideia, não tinha a menor graça!”

Você também gostaria de compartilhar suas impressões sobre a maternidade contando o que mudou na sua vida depois da chegada do seu bebê? Então, escreva e seu depoimento poderá aparecer aqui!  Mande um mail para contato@quemcoruja.com.br com seu nome, profissão, o nome e a idade dos filhos e uma foto da família. 

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