Gravidez

Que tipo de parto?

A mulher  pode e deve escolher como dar à luz, e precisa estar bem informada para isso

A hora do parto, principalmente para as mamães de primeira viagem, é sempre um motivo de apreensão. Afinal, o que é melhor, parto normal ou cesariana? Há quem defenda o primeiro como a forma mais apopriada por ser a natural. Mas há casos em que o segundo tipo é necessário para garantir a segurança da mãe e do bebê. O mais importante é saber que, não havendo restrições médicas por conta da saúde da gestante do feto, a escolha é da mulher.

– No baixo risco, a protagonista é a mulher. O parto é dela – afirma Marcelo Burlá, presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro (SGORJ).

Segundo ele, há prós e contras nos dois tipos de parto, por isso é importante que a gestante tenha o acompanhamento de um médico e procure esclarecer todas as dúvidas.

– O parto normal tem uma recuperação mais rápida, mesmo quando é necessário a episiotonia (pequena incisão no períneo). Além disso, acredita-se que durante a saída pela vagina há uma colonização melhor do concepto com bactérias benéficas. Como principal desvantagem há a imprevisibilidade que pode levar a mulher a não conseguir vaga na maternidade de sua escolha. Na cesárea, a principal vantagem é a possibilidade do nascimento ser planejado, com reserva de vaga e escolha de datas. Deve-se salientar que a cesárea eletiva não deve  ser feita antes de 39 semanas de gestação – explica o médico.

Os críticos da cesárea condenam o fato de o parto ser decidido de acordo com a conveniência do obstetra e por ser mais rentável para o profissional. Marcelo Burlá reconhece que existem médicos que realizam cesárea sem necessidade, mas ressalta o perigo da patrulha ideológica contra a cesárea.

– O direito de escolha no baixo risco é da mulher. Inadequado é um médico indicar uma cesárea contra a vontade da gestante sem uma justificativa real, da mesma forma, inadequado é a tentativa de lavagem cerebral com informações errôneas por parte de defensores radicais do parto normal. O direito de escolha é da mulher, sem enganação por parte de profissionais da saúde ou patrulhamento de ativistas. Os índices de cesárea são realmente altos e acredito que alguns profissionais indicam cesáreas contra a vontade da mãe, mas são uma minoria. Para diminuir estes índices são necessários uma melhor remuneração do parto normal e um maior esclarecimento da população. Esclarecimento este que deve ser dado sem viés ideológico ou interesses econômicos pessoais – afirma.

Para muitas mulheres, a escolha da cesárea se dá também por medo das dores do parto normal. Mas o médico lembra que o parto pode ser realizado com analgesia, que diminui bastante a intensidade da dor, e que isso também é um direito das mulheres. Segundo Marcelo Burlá, acredita-se atualmente que há menos incidência de processos alérgicos nas crianças nascidas via vaginal. Independente do tipo de parto, o mais importante, ressalta ele, é a mulher ter todos os cuidados médicos e hospitalares necessários para dar à luz:

– O nascimento é um evento belíssimo e emocionante. O parto deve ser realizado em ambiente hospitalar, pois no caso de intercorrências há uma boa chance de se salvar mãe e filho. A presença de um médico é obrigatória para termos total segurança, pois só ele está apto a realizar todos os procedimentos de emergência.

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