A plataforma pedagógica Estante Mágica transforma crianças em autores de livros
Os advogados Robson Melo e Pedro Concy acreditam tanto na educação como caminho para mudar o mundo, que criaram eles mesmos um meio de promover este percurso: a Estante Mágica. A plataforma de projetos pedagógicos tem o objetivo de servir como exemplo para um novo modelo educacional.
– Embora Pedro e eu tenhamos vindo de experiências educacionais distintas, temos em comum a paixão pelos livros e o inconformismo com o sistema educacional que existe hoje como padrão. Queremos despertar nas crianças competências para o mundo moderno, os chamados 5Cs – comunicação, criatividade, colaboração, curiosidade e criticidade (pensamento crítico). Trabalhar essas aptidões por meio de projetos pedagógicos é o ideal, pois os alunos se tornam protagonistas do próprio aprendizado. Cada vez mais, precisaremos de pessoas prontas para desafios novos e com alta capacidade crítica e criativa. O modelo escolar atual está condenado e muitas iniciativas incríveis estão surgindo mundo afora para atrair o interesse das crianças para o processo educativo, e a Estante Mágica quer ser parte dessa transformação da educação. Da nossa fundação, em 2009, até aqui, ouvimos muito as escolas e queremos ser uma referência em métodos e modelos que possam apoiar e revolucionar o processo educativo – explica Robson Melo.
O modelo a que ele se refere já conquistou mais de duas mil escolas privadas e públicas e redes de idiomas de 630 cidades em todo o Brasil. Voltados a crianças de 3 a 10 anos de idade, os projetos pedagógicos da Estante Mágica transformam os alunos em autores de livros. O colégio se cadastra na plataforma, escolhe o projeto que quer adotar em sala de aula e cada aluno cria a sua própria história, com textos e desenhos, que vão resultar em um e-book gratuito. Mais do que um incentivo à leitura, sempre tão importante, a Estante Mágica incentiva a criança a escrever.
– Nos debates educacionais, muito se fala do protagonismo do aluno, que é mudar o foco do processo educativo para o estudante, que deixa de ser somente um reprodutor de conteúdo e passa a um lugar de autoria e criação. Quando a criança produz o próprio livro, passa a valorizar ainda mais a produção literária do outro, seja dos colegas, seja de outros autores. Além disso, o envolvimento dos pais e amigos com a publicação do livro valoriza o processo educativo e reforça a autonomia daquele aluno: ele passa a se sentir capaz de criar e gerar boas histórias – avalia Robson.
Cerca de 200 mil crianças já participaram do projeto. Não há custo para as escolas. A monetização da Estante Mágica acontece na produção dos livros impressos e sua aquisição por pais, amigos e, até – no caso de escolas públicas de cidades do interior – comerciantes locais. Com projetos bem-sucedidosi, Robson e Pedro pensam em expandir cada vez mais o trabalho e o alcance da Estante Mágica. A meta é estar presente no mundo inteiro.
– Para garantir que os projetos alcancem seus objetivos pedagógicos, a nossa plataforma atende a instituições de educação em geral, mas estamos preparando muitas novidades que alcançarão ainda mais e mais crianças em todo o mundo – diz Robson.