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Pré-natal odontológico: o que é e por que fazer

Que o acompanhamento pré-natal é indispensável para a saúde da mamãe e do bebê não há dúvidas. Mas o que muitas gestantes ainda podem desconhecer é a importância do pré-natal odontológico. A gravidez pode afetar a saúde bucal da mulher e os tratamentos devem seguir protocolos adequados para a gestação. Gengivite gestacional e erosão do esmalte do dente são alguns dos problemas odontológicos mais comuns na gravidez.

Entenda mais sobre o pré-natal odontológico e a saúde bucal da gestante e do bebê com as informações que a dentista Renata Lameira, gestora da clínica CORB – Centro Odontológico Rio Branco, compartilha aqui no Quem Coruja. 

Pré-natal odontológico – Tipos de procedimentos realizados
Confira os procedimentos mais comuns durante o pré-natal odontológico, e a explicação para cada um deles, de acordo com a dentista:
“Exames e avaliações – que neste período devem ser feitas com uma frequência maior, pelo menos uma consulta a cada trimestre, nessas consultas são feitos exames clínicos, exame check-up preventivo digital, avaliação da saúde gengival e detecção de possíveis problemas dentários;
Limpeza e profilaxia dental – que também é realizada com uma frequência maior nesse período. É importante realizar limpeza profissional dos dentes para remover o acúmulo de placa bacteriana e tártaro que podem provocar o sangramento gengival;
Educação e aconselhamento sobre saúde bucal – durante o pré-natal odontológico, a gestante recebe orientações sobre os cuidados bucais que deve ter com o bebê para evitar problemas futuros;
Tratamento de problemas odontológicos existentes – se forem encontrados problemas como cárie, doença periodontal ou infecções dentárias, eles devem ser tratados de forma adequada e segura durante a gravidez, seguindo os protocolos apropriados”.

Problemas odontológicos mais comuns na gestação
Gengivite gestacional – É uma forma de inflamação gengival que pode ocorrer devido a mudanças hormonais durante a gravidez. Os sintomas podem incluir vermelhidão, inchaço e sangramento das gengivas. Se uma mulher tem uma certa quantidade de placa bacteriana na boca e não está grávida ela não tem sangramento gengival e nem gengivite, quando ela engravida esta mesma quantidade pode provocar o sangramento e a gengivite. Isso porque os hormônios da gravidez alteram a textura da
gengiva. Se a gengivite não for tratada, ela pode progredir para uma forma mais grave de doença periodontal, conhecida como periodontite. A periodontite pode causar danos aos tecidos de suporte dos dentes e levar à perda dentária.
Cárie dentária – A gravidez pode aumentar o risco de desenvolver cáries isso porque durante a gravidez, é bastante comum que as mulheres tenham desejos por alimentos ricos em açúcar, além de uma possível alteração nos hábitos alimentares e de higiene bucal. O aumento da ingestão de açúcar e a redução da eficiência na escovação e no uso do fio dental podem aumentar o risco de cárie dentária.
Erosão do esmalte dental – A erosão dentária também é comum na gravidez devido aos frequentes episódios de vômitos, especialmente durante o primeiro trimestre, quando a náusea matinal ou refluxo podem expor os dentes ao ácido estomacal, podendo levar à erosão do esmalte dentário”.

Sobre a higiene bucal durante a gravidez
“É importante que as mulheres grávidas mantenham uma boa rotina de higiene bucal, incluindo escovação adequada, uso do fio dental diariamente e visitas regulares ao dentista para prevenir e tratar esses problemas”, recomenda Renata Lameira.

Bactérias causadoras de cárie podem ser transmitidas para bebês
“A cárie dentária não é uma doença que pode ser transmitida diretamente de mãe para filho, como uma doença infecciosa. No entanto, a transmissão indireta de bactérias causadoras de cárie de pais ou cuidadores para bebês pode aumentar o risco de desenvolver a doença. A transmissão de bactérias causadoras de cárie geralmente ocorre por meio de contato direto com a saliva contaminada. Por exemplo, compartilhar talheres, chupetas, mamadeiras ou alimentos que entrem em contato com a saliva pode facilitar a transferência das bactérias para o bebê. As bactérias mais comuns associadas à cárie dentária são o Streptococcus mutans e o Lactobacillus. Dessa forma, quando a mãe ou outros cuidadores têm uma alta carga de bactérias causadoras de cárie em suas bocas, existe a possibilidade de transferência dessas bactérias para a boca do bebê. Isso pode ocorrer principalmente durante os primeiros anos de vida do bebê, quando seus dentes estão em desenvolvimento e mais suscetíveis à cárie.
É por isso que é importante adotar boas práticas de higiene bucal na família, tanto para os pais quanto para os bebês”, explica a dentista.

Como evitar a cárie
“Evitar a exposição excessiva a alimentos ricos em açúcar e manter uma dieta equilibrada também é essencial para prevenir a cárie dentária tanto em crianças quanto em adultos. Portanto, embora a cárie dentária não seja transmitida diretamente de mãe para filho, a presença de bactérias causadoras de cárie na boca dos pais ou cuidadores pode aumentar o risco de desenvolvimento da doença nos bebês. Cuidados adequados com
a higiene bucal e adoção de hábitos saudáveis são fundamentais para prevenir a cárie em todas as idades”, afirma Renata.

Pré-natal odontológico – Confira as recomendações da especialista:

Para reduzir o risco de transmissão de bactérias e cuidar da saúde bucal do bebê, é recomendado seguir as seguintes medidas:
Boa higiene bucal: A mãe deve manter uma boa higiene bucal, escovando os dentes com uma pasta de dentes com flúor pelo menos duas vezes ao dia e usando fio dental diariamente. Dessa forma, ela reduz a quantidade de bactérias causadoras de cárie em sua boca.

Evitar compartilhar objetos contaminados: É importante evitar compartilhar
talheres, copos, chupetas ou outros objetos que possam entrar em contato com a saliva. Essa prática reduz a chance de transmissão de bactérias para o bebê.

Cuidados com a higiene do bebê: Desde o surgimento dos primeiros dentes do bebê, é recomendado iniciar os cuidados com a higiene bucal.

Limitar a exposição ao açúcar: A exposição frequente e prolongada a alimentos açucarados aumenta o risco de cárie. Portanto, é importante limitar a exposição do bebê a açúcares, como sucos, refrigerantes e alimentos doces.

Consultas regulares ao dentista: A mãe e o bebê devem realizar consultas
regulares ao dentista. O profissional pode orientar sobre os cuidados adequados e avaliar a saúde bucal tanto da mãe quanto do bebê.
Ao adotar essas medidas de cuidado, é possível reduzir o risco de transmissão de bactérias cariogênicas, da mãe para o bebê e promover uma boa saúde bucal desde cedo. Consultar um dentista é fundamental para obter orientações específicas e personalizadas para a situação de cada mãe e bebê.

Foto em destaque: Imagem de Jose Torres por Pixabay

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