O uso de anticoncepcionais antes e depois da gravidez
Para falar de gravidez, é importante falar também de métodos contraceptivos. Cada vez mais as mulheres planejam a maternidade, e isso só é possível quando há meios de evitá-la. DIU (Dispositivo Intrauterino), pílulas, camisinha, anel vagina, diafragma, SIU (Sistema Intraurino), há vários anticoncepcionais e a escolha deve ser feita com orientação médica. Cada método funciona de um jeito e cada organismo responde de forma diferente.
– O aconselhado é, antes de usar um anticoncepcional, procurar seu médico ginecologista e ver qual melhor opção a escolher – diz a ginecologista e obstetra Thaís Zeque, da Clínica Thaís Zeque, no Rio de Janeiro.
Da mesma forma, quando a vontade de ser mãe chega, é bastante recomendável procurar um ginecologista para saber como deixar os métodos contraceptivos de lado e preparar o corpo para uma gestação segura.
– As mulheres que pretendem engravidar devem procurar seus ginecologistas para fazer uma consulta pré-concepcional. Nesta consulta, o médico solicitará exames de sangue para ver se a paciente apresenta alguma doença que atrapalharia a gestação, como por exemplo Toxoplasmose, Citomegalovírus, Rubéola, HIV, entre outras. Também é pesquisado o tipo sanguíneo, solicitado carteira de vacinação, exame de ultrassonografia, coletado o preventivo, avaliado peso e pressão. Serão feitos encaminhamentos para outros profissionais, conforme a necessidade de cada casal . Sim, o ideal é que o casal vá nesta consulta. A presença do parceiro incentivando é sempre importante, quando possível – diz Thaís, lembrando ainda a importância do ácido fólico para as mulheres que pretendem engravidar. – O ácido fólico previne alteração da formação do tubo neural. O tubo neural, ou seja, o sistema nervoso se forma nas primeiras três semanas. Depois ele vai se desenvolvendo e aperfeiçoando. Sendo assim, precisamos estar com a reserva perfeita antes da gestação. A sua falta pode causar espinha bífida com exposição das raízes nervosas e/ou meninges. Desta forma, o prescrevemos assim que a mulher para o anticoncepcional e a mantemos durante todo o primeiro trimestre.
O uso prolongado de pílulas, segundo a ginecologista, não prejudica a gravidez, como muitas mulheres acreditam.
– O uso de pílulas não influencia no fato da mulher engravidar. Hoje em dia, a dose hormonal é bem inferior ao passado. A meia vida do hormônio é curta. Assim que o anticoncepcional é parado, a gestação pode ocorrer. O período varia entre um mês e um ano para qualquer mulher, independentemente de ter usado ou não a medicação – explica.
No pós-parto, é ainda mais necessária a orientação do ginecologista para a adoção do método contraceptivo.
– Muitos métodos são indicados. O mais importante é esclarecer cada um para a paciente escolher o que a deixa mais segura e confortável – destaca Thaís Zeque, explicando como funcionam alguns métodos anticoncepcionais que podem ser usados no pós-parto. – O implante hormonal de progesterona é colocado via subcutânea, com anestesia local, na região glútea. É realizado no consultório médico, age por seis meses, não tem primeira passagem hepática, o que o deixa bastante seguro. O anticoncepcional oral ou injetável, de uso contínuo, é eficaz, mas pode diminuir a libido. O DIU (Dispositivo intrauterino) pode ser clocado no pós-parto imediato, mas tem grande chance de ser expulso. O ideal é esperar alguns meses para o útero involuir. O SIU (Sistema intrauterino com progesterona) embora também possa ser colocado no pós-parto imediato, também é aconselhável esperar alguns meses. A progesterona impede a ovulação. O condon ou camisinha evita a exposição hormonal, é seguro e não piora a libido.
Veja abaixo a explicação da ginecologista Thaís Zeque de como funcionam alguns métodos contraceptivos:
Antinconcepcional oral (pílula) – É o método mais utilizado pelas mulheres, possue hormônios, alguns evitando a formação dos óvulos outros evitando apenas a ovulação. Além de ajudar a evitar a gravidez, a pílula pode diminuir os sintomas da TPM, reduzir o fluxo e regular o ciclo menstrual. A mulher precisa tomar todos os dias à mesma hora um comprimido ao dia, sem esquecer.
Anticoncepcional injetável – Pode ser mensal ou trimestral. Muito útil para as pessoas que optam por um método mais prático. Porém, em algumas formulações tem a carga hormonal maior, embora sejam liberadas lentamente
Implanon – Método que ajuda a prevenir a gravidez através de um tubo de plástico que é introduzido na parte interna do braço, sob a pele. Esse tubinho libera hormônios de forma gradativa a fim de impedir a ovulação. Pode durar até 3 anos, mas, como efeito adverso, costuma dar escape regularmente. Ajuda a diminuir a dor abdominal em períodos de menstruação. Excelente opção para mulheres que costumam esquecer-se de tomar a pílula ou mulheres que têm problemas gastrointestinais. Trata-se de um tratamento mais caro e só pode ser introduzido por profissionais da saúde e especializados.
DIU (Dispositivo Intrauterino) – É um método contraceptivo de plástico em forma de T que é introduzido no útero pelo ginecologista e pode permanecer entre 5 e 10 anos. Ele tem que ficar localizado até 2 cm do fundo do útero para evitar a gravidez. Não tem hormônio, funciona como um corpo estranho e deixa o muco cervical mais espesso. Tem o cobre que ajuda a matar os espermatozoides. Pode causar dor por alguns dias após a colocação e pode aumentar o risco de infecção vaginal.
SIU ( sistema intrauterino) também tem o formato de um T e libera hormônio gradativamente, permanecendo por 5 anos. É muito eficaz e não causa desconforto, liberando a ação de hormônios que dificultam a fecundação.
Condon (Camisinha) feminina ou masculina – Além de evitar a gravidez, ainda previne contra doenças sexualmente transmissíveis, como AIDS e Sífilis.Sem efeito colateral, as camisinhas são fáceis de colocar, com preços acessíveis. Algumas pessoas podem apresentar alergia ao látex, é preciso ter cuidado.
Diafragma – é um círculo de silicone que se acopla perfeitamente na vagina, e recobre o colo do útero. Deparamos com algumas intercorrências, pois o espermicida saiu do mercado, o que torna o método menos eficaz. O diâmetro do diafragma muda conforme as alterações de peso e número de gestações. É positivo por não ser hormonal, mas pouco eficaz nos dias de hoje.
Anel Vaginal – Método incrível, de fácil aplicação (colocado pela própria pessoa), uso mensal, não tem a primeira passagem hepática. A única reclamação é que, em algumas pessoas, pode aumentar o corrimento por ser um corpo estranho na vagina.