Coletivo formado por homens debate paternidade em todos os aspectos
Um convite para repensar a paternidade, a masculinidade e o papel social dos homens como pais. Assim é o coletivo Balaio de Pais, que surgiu como programa de podcast, em 2016, e tem promovido muita troca de conhecimento sobre criação de filhos desde então. O Balaio é fruto de outro movimento realizado por homens que abraçaram com toda a força o papel de pai, o Paternando, grupo que reúne mais de 2 mil membros no Facebook. É também um importante exemplo de como a paternidade pode e deve ser vivida em todos os aspectos.
– O Balaio de Pais, especificamente, é um coletivo que pensa essa comunicação e fomentação de ideias para identificar e debater as diversas paternidades que existem, justamente porque a gente acredita que existam diversas paternidades possíveis, e a cada dia descobrimos mais paternidades – diz o gerente administrativo Bruno Amorim, pai de Benício, de 4 anos, e de Noah, de 2 anos, e um dos fundadores do Balaio.
Paternidade – Da preocupação com saúde dos filhos ao combate a estereótipos
Os podcasts costumam ser pautados pelos debates que surgem nos grupos de Facebook e WhatsApp. Saúde, desfralde, acesso a telas e alimentação dos filhos são sempre assuntos recorrentes entre os papais, mas há também preocupações com questões que envolvem racismo, gênero e estereótipos de todos os tipos.
– O Balaio de Pais procura pautar essas questões que envolvem estereótipos tanto da masculinidade quanto da paternidade, e de todos os outros estereótipos, trazendo sempre um olhar de cuidado para que a gente possa superar essas questões. Temos alguns programas voltados para a carga mental, sobre criação antirracista, sobre puerpério, sobre masculinidades…Dentro desses programas, conseguimos ampliar as formas de enxergar esses estereótipos e, de repente, quebrá-los de alguma forma – explica Bruno.
Paternidade – Grupos de pais promovem troca de conhecimentos
A atuação não é apenas virtual. O Balaio de Pais também promove rodas de conversas e encontros presenciais, atuando inclusive em empresas. Com a pandemia, no entanto, essa interação tem acontecido apenas de forma online. Interação, aliás, constante e diversa.
– Pessoas que estão no grupo do Paternando, no WhatsApp, podem participar de grupos como o Paterbooks, que funciona como um clube de leitura; o Paterbol, de conversa sobre esportes; o Pintaya, sobre relacionamento e sexualidade, e aí vale ressaltar que nesse grupo não é permitido nenhum tipo de pornografia; o Paterchef, com troca de receitas e dicas; e o Patermusic, para debater sobre música – conta Bruno Amorim.
Trocas que estão sempre norteadas pelo bem-estar de pais e filhos.
– Sempre que gravo, estou estudando a pauta do programa ou debatendo nestes grupos, é uma forma de repensar como estou criando meus filhos e como eles vão se relacionar com o mundo. Estes debates que acontecem são de grande importância para nós que estamos engajados nessa tentativa de mudança social e de autotransformação – avalia Bruno.
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