Educação

Teatro: um estímulo para bebês

Peça “HumAnimal”  é voltada para crianças com menos de um ano de idade 

Entretenimento, cultura, catarse. O teatro sempre teve, e dificilmente deixará de ter, papel importante para o desenvolvimento humano. E, porque esse desenvolvimento começa na primeira infância, há espetáculos pensados até para bebês, como o “HumAnimal”, que este mês percorre dez Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDIs) e creches municipais do Rio de Janeiro. A peça, voltada para crianças de 8 meses a 7 anos, integra o projeto da Baluarte Cultura, em parceria com o grupo de teatro Circo da Silva.

Para a arte-educadora Paula Preiss, idealizadora da peça, o teatro voltado para bebês é também uma forma de estímulo, mas de forma lúdica:

– A peça estimula os sentidos através da textura dos figurinos, das caras e sons dos animais que eles gostam de imitar, ensina a bater palma, desperta a consciência corporal ao rolar no chão, ao andar de quatro apoios, como a tartaruga; incentivando a engatinhar. Desenvolve a criatividade na brincadeira de criar várias formas que o corpo humano nos possibilita, como saltar como sapo, rebolar como o pato, etc. Aguça a parte visual e auditiva. Estimula sensações e incentiva a criar histórias a partir de um teatro sem palavras, traz à cena uma dramaturgia aberta para a criança, criando assim um ser mais poético e sensível.

O teatro para bebês não é algo tão recente, muito menos um modismo. “HumAnimal” estreou em 2009, resultado de um trabalho de pesquisa de Paula, que acabou mergulhando neste universo depois de ter contato mais próximo com artistas que também desenvolviam peças voltadas para crianças bem pequenas.

– Depois de estrear HumAnimaL e a ideia inicial dar certa, participei do primeiro Ciclo Internacional de Teatro para Bebês, no CCBB. Foi lá que conheci o espanhol Carlos Laredo e a brasileira Clarice Cardell, da companhia La Casa Incierta, que, desde 2000, realiza espetáculos para primeira infância em Madrid, sendo pioneiros nessa arte e pesquisa. Nesse ciclo também conheci o grupo brasileiro Sobrevento, que organizava o evento, e também o italiano Antônio Catalano. Lá fiz a oficina do francês Laurent Dupont e me apaixonei ainda mais por esse tipo de relação e atuação – conta a arte-educadora.

A temporada nas EDIs e creches do Rio inclui também oficinas para educadores, pais e cuidadores de crianças, realizadas por Paula.

– As oficinas irão contemplar os educadores que já têm um preparo para trabalhar com as crianças, além de um olhar profundo em seu aprendizado. Também deixaremos um kit de material – figurinos e adereços, para desenvolver a “Oficina HumAnimaL de Artes Integradas”. Já os cuidadores e familiares que puderem e quiserem participar ativamente na escola do seu filho poderão contribuir, caso a escola sinta necessidade, em construir manualmente os figurinos para a criançada – explica Paula.

 

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