Coruja Educação

Educação financeira começa na infância

Como fazer a criança entender o valor do dinheiro e a importância de economizar 

A educação de uma criança passa por vários aspectos, e o financeiro é um deles. Se todo o processo de educar um filho passa pela preocupação com o futuro dele, não há como desvincular a questão relacionada ao bom uso do dinheiro. Quais são seus planos? Que brinquedo quer e pode ter agora? O que pode ser alcançado depois de um tempo de economia? Mostrar desde cedo que é importante saber administrar o que tem pode parecer complicado, mas, segundo Patrícia Campos, superintendente de Educação Corporativa da Mongeral Aegon, é mais simples do que se imagina.

De acordo com ela, o momento ideal para introduzir o assunto é quando a criança aprende a contar. E a partir dos 7 anos ela já pode receber mesada (ou semanada, que é mais recomendada para os menores por conta da noção temporal da criança). A convite da Mongeral Aegon, o Quem Coruja participou de um encontro sobre educação financeira para as crianças. Aprendemos, por exemplo, o quanto as brincadeiras podem ajudar crianças pequenas a se familiarizarem com o conceito de economia.

– Um aliado para esta fase é o Jogo dos Quatro Porquinhos. Nele, a criança define para onde irá cada parte do dinheiro acumulado: ‘Sr. Agora’ para gastos emergenciais; ‘Sr. Desejo’, que trabalha o tema poupança, algo para um futuro próximo; o ‘Sr. Bonzinho’, que representa uma doação; e o ‘Sr. Futuro’ que estabelece noções de investimento, como uma previdência privada para a criança, dinheiro para ser utilizado a longo prazo – explica Patrícia, lembrando que os quatro porquinhos são importantes para mostrar o equilíbrio no uso do dinheiro, inclusive no que diz respeito ao nosso compromisso social, uma vez que estimula a criança a compartilhar e não querer tudo para si.

Quanto antes a criança entender o valor do dinheiro, melhor. E na adolescência, orienta Patrícia, ela já pode ser estimulada a empreender.

– Na adolescência, trabalhe a consciência empreendedora. Além de contribuir com o desenvolvimento de habilidades como administração, negociação, estimula a criatividade e a inovação, além de reforçar a importância do contribuir e colaborar – avalia.

Para Patrícia, tão importante quanto separar uma quantia (R$ 10 por semana, por exemplo) para o filho administrar é ensiná-lo a merecer o dinheiro. Pode ser um combinado como arrumar o quarto, ou alguma outra tarefa simples, respeitando a a idade e maturidade da criança. A quantia pode ser descontada sempre que o combinado não for cumprido, assim como ter alguma bonificação, caso a criança supere as expectativas. O cuidado é saber separar o que pode ser associado e o que não deve ser associado a dinheiro. Mesada (ou semanada) não é moeda de troca para algo que é obrigação da criança, como estudar.

É importante ressaltar ainda que a educação financeira não é um incentivo desmedido ao dinheiro, ao “ter”, ao consumismo, ao materialismo. Trata-se, justamente, do contrário. É mostrar as crianças que “dinheiro não dá em árvore”, que é preciso saber controlar gastos e, principalmente, saber atribuir o devido valor a cada coisa. Será que, juntando um pouquinho por mês até conseguir comprar algo que ela tanto deseja, não a faz valorizar mais a conquista? Será que, descontada por não cumprir com o combinado, ela não reflete sobre responsabilidade?

No site da Mongeral, você encontra algumas dicas para ensinar as crianças a lidar com dinheiro, como o Jogo dos Quatro Porquinhos.

Leia também  “O valor da mesada” e “Investindo no futuro

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