Dificuldade para amamentar? Você não está sozinha
Depois de nove meses, você está, enfim, com seu bebê nos braços. E depois de todas as mudanças no corpo sentidas por conta do crescimento da barriga, é hora de viver nova experiência, a de amamentar. E, por mais que saibamos a importância da amamentação, não se pode dizer que é algo fácil para todas as mulheres. Dúvidas, dores e sentimento de culpa fazem muitas mamães sofrerem nos primeiros dias para alimentar o bebê.
– A maior dificuldade era amamentar sem sofrer. Tinha os bicos pequenos e invertidos e a cada abocanhada do Bernardo eu ia à Lua. Era sangue com leite – conta Paula Cóe, mãe de Bernardo, 8 anos, e Rebeca, 4 anos.
Paula contou com o apoio da família e, principalmente do marido, para superar as dores e a insegurança. Passado os dias de sofrimento, ela só tem boas lembranças:
– Sempre fui vaidosa, mas durante os 10 meses de amamentação não pensei tanto em mim. Minha felicidade tinha outro foco. Eu queria ver meu filho bem. Na vez da Rebeca, eu já sabia ao que me esperava, e consegui levar melhor, mesmo sofrendo ao amamentar – lembra Paula, que, depois do início difícil, doou leite e foi mãe de leite no período de amamentação dos dois filhos.
Mãe de Giovana, de 2 anos, Mayara Silva também teve momentos nada confortáveis para amamentar. Com a dor, vinha aquela sensação de “ninguém me disse que seria assim”.
– Tive rachaduras, fique com pavor, chorava. Não queria que minha filha chegasse perto do meu peito. Nunca nem tinha ouvido falar sobre a dor que certas mães sentem ao amamentar – recorda Mayara, que, apesar do que ela mesma chama de trauma, conseguiu amamentar Giovana com mais tranquilidade depois de cerca de 15 dias, quando já não tinha mais machucados nos seios.
Para Giselia Saiki, amamentar não foi possível. Mas até perceber que, de fato, não tinha leite para a pequena Luiza, hoje com 9 anos, passou um mês sofrendo.
– Eu não amamentei e essa foi a minha grande frustração. Todos falavam que era impossível o leite não descer, e o meu não descia de maneira nenhuma. Eu comecei a ficar frustrada e com medo de minha filha ficar doente. Foram 30 dias de muito sofrimento para mim e para minha bebê. Uma voluntária do banco de leite foi me ajudar em casa por uma semana. Ela ficou fazendo a chamada ordenha, e nada do leite descer. Quando minha filha começou a apresentar quadro de hipoglicemia, só dormia e não reagia, resolvi parar e entrei com a mamadeira e o leite artificial. Acho o aleitamento materno muito importante, mas no meu caso foi um sofrimento – recorda-se Giselia, também mãe de Paulo Yuji, de 6 anos.
Os três relatos servem para mostrar que nem sempre sai tudo perfeito nos primeiros dias da maternidade. E isso, claro, não é “culpa” das mamães. Além de orientações do seu médico e do pediatra do bebê, é importante buscar apoio com a família e amigos, e saber que dúvidas e dores acontecem, sim, com muitas outras mulheres.
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